Minha mãe conta que comecei a ler muito cedo, por volta dos 3 ou 4 anos. Contou-me que eu já havia aprendido o alfabeto e que adorava gibis da Turma da Mônica. E queria saber o que estava dentro dos balõezinhos, só ver as figuras não bastavam. Tenho uma vaga lembrança desta pergunta: "O que tem dentro dos balõezinhos?". Ela então me ensinou a juntar as letrinhas e assim aprender a ler.
Tinha em casa uma cartilha que meu avô nos deu e minha irmã me ensinava por ela.
Então o mundo das palavras era meu também, gibis, da Turma da Mônica, do Mickey, lembro de um gibi Mickey versus Mancha Negra eu adorava.
Placas de rua, letreiros, tudo eu lia. Ganhei do meu tio a Coleção Fantasminha, uma coleção de livros infantis, posso dizer que foram meus primeiros livros. Meus eram:
Todos de Cordélia Dias D'Aguiar: Cinderela, A Bela Adormecida, O Soldadinho de Chumbo, A Roupa Nova do Imperador.
Da minha irmã eram os de Maria Clara Machado: Rumpelstitien, Rapunzel, O Príncipe Sapo, Os Músicos da Cidade de Bremen, O Doutor Sabe-Tudo, João Mata-Sete, O Sapateiro Feliz, O Lobo e os Sete Cabritinhos, líamos todos.
Nessa época quando minha irmã foi operada, surgiu lá em casa a regra de que "quem vai ao hospital ganha um gibi". Ou seja a leitura trás alegria na doença. Ela ganhou um gibi da Turma da Mônica com a história "O Plano da Calcinha de Rendinha", a Mônica não podia mais subir em árvores atrás dos meninos porque aparecia sua calcinha, até ela usar calça jeans, enquanto a mãe aumentava a barra de vestido.
Na escola descobriram que eu sabia ler, pois eu estava lendo um gibi do pica-pau, da minha prima que estuava comigo. Assim me passaram para a primeira série. E tive acesso a biblioteca da escola e meu mundo de livros cresceu.
Meu pai falava que quem lê fala melhor, pensa melhor, e lê cada vez melhor. Ele lia livros de história, seu preferido era "História do Brasil" de Arnaldo Fazoli Filho.
Ele que me falou de Júlio Verne que escrevia sobre submarinos e viagens à Lua, muito tempo antes do homem sonhar em construí-los ou realizá-los. E de Edgar Rice Burrows (Burnê) o escritor de Tarzan.
Minha mãe lia Sabrina, Júlia e Bianca e dizia que viajava com a leitura, que a leitura melhora a memória. Hoje ela lê diversos autores.
Na primeira série fizeram um Karaôque e ganhei um livro de prêmio "Aconteceu na Floresta Guararapes". de Rita de Cássia Alves Maçaneiro.
Um livro que li no segundo ano da escola foi "O Burrinho e o Chapelão" de Elsa César Salloute de 1984. Lembro que marcou porque ele estava na mesa grande da biblioteca junto com muitos outros livros para a nossa idade e o peguei e trouxe para casa. E li para a mãe, era assim que fazíamos, lembro de muitos livrinhos que li para ela. Eu no sofá e ela na mesa ou costurando, ou passando roupa. E na segunda série este livrinho estava lá novamente na mesa grande e eu peguei ele de novo.
Conta a história de um burrinho que invoca com o chapéu de seu dono que lhe esconde o rosto, e faz de tudo para tirá-lo.
Da biblioteca da escola li "O Cachorrinho Samba", "O Cachorrinho Samba na Floresta" e "O Cachorrinho Samba na Fazenda" de Maria José Dupré. Neles me lembro que havia um sapo gigante que quando pulava fazia um barulho assustador, fiquei assustada até descobrir o que era.
Li "O Caso da Borboleta Atíria" acho que foi meu primeiro suspense, de Lúcia Machado de Almeida da Série Vagalume. Dessa série li também "Zezinho o Dono da Porquinha Preta" de Jair Vitória, "Um Leão em Família" de Luiz Puntel, onde um menino cria um Leão que caiu do trem do circo quando filhote, achando que era um gato crescido.

Li "20 000 Léguas Submarinas" de Júlio Verne, foi a primeira vez que senti o que o personagem sentia, numa parte que todas ficam presos e o ar está acabando. Senti dificuldade de respirar.
Quando meu tio me disse escolha um presente no Shopping eu escolhi o livro "A Vida nos Mares e Oceanos" de Roberto Antonelli Filho, estava numa fase de procurar por livros científicos.
Da biblioteca da escola "Animais e seus Filhotes" de Robert M. McClung, da Enciclopédia Juvenil, ele era da prateleira das enciclopédias por isso material de pesquisa e não podia ser emprestado, então eu ia na biblioteca todos os recreios lê-lo, depois de uns dias a bibliotecária me emprestou o livro na lista de livros dessa coleção vi que havia o livro "As Baleias" de Roy Champman Andrews, já colecionava coisas sobre baleias, procurei bastante por este livro.
Li "O Alto da Compadecida" de Ariano Suassuna, vimos a série na televisão, o pai gravava e víamos no horário do almoço, e achei o livro na biblioteca, foi muito legal ler e os personagens na minha cabeça já tinham o rosto e o sotaque dos atores. Foi meu primeiro livro com filme.
Da biblioteca da escola li também "Moby Dick" de Herman Melville, já havia visto a Matilda falar dele no filme, uma frase dita também no filme é que "Matilda leu todos os livros que tinha em casa" sigo esse projeto até hoje.
Quando conheci a Biblioteca Municipal li novamente "20 000 Léguas Submarinas", li "As Crônicas de Nárnia" de C. S. Lewis, tinha visto o primeiro filme, e adorei a história toda. E na Biblioteca Municipal conheci Deltora Quest, amei a série toda de Emily Rodda.
Com meu esposo conheci Arthur Conan Doyle, escritor de "Sherlock Holmes", já li vários livros dele, todos ótimos, ele também gosta de Ian Fleming e seu livros do James Bond. Já ganhei dele vários livros de presente.
Com minha sogra conheci a Zíbia Gasparetto e seus muitos livros psicografados, li também e são ótimos.
Um caso curioso ajudei meus sogros e numa caixa que carregava com livros da vó, a caixa abre um pouco e mostra um nome "Roy Champman Andrews" abri a caixa e ali estava "As Baleias", pedi o livro para mim.
Deles ganhei muitos livros que tenho hoje "Harry Potter", "Percy Jacksn e os Olimpianos"
Esta semana (maio/2019) vi esta propaganda em um grupo de Livros no Facebook, lembrei que meu pai falava que neste livro havia um personagem chamado Passepartout (Paspatu, como ele dizia), mas eu não entendia pois na minha edição o nome do ajudante do Fíleas Fogg é João Fura Vidas, mas com esse anúncio entendi que o nome em francês dele é Passepartout que significa "Vá a qualquer lugar", passa por tudo.
Em 2007 na faculdade, um professor sugeriu que anotássemos os livros que líamos durante o ano, para registro, comparar estilos ao longo dos anos, aumentar quantidades, até que comecei a resenhá-los.


























